Aprender a surfar é difícil, mas estas dicas vão ajudar com André Silva

Subir em uma prancha e pegar onda é bem complicado. Mas o prazer de chegar lá vale cada momento de dificuldade…

Escrito por Maíra Pabst2 Agosto 2019

Quando você vê alguma imagem de um surfista deslizando delicadamente sobre uma onda perfeita da Califórnia, você pensa: “Nossa, que delícia, poderia ser eu”. Mas se você nunca se arriscou no mar com uma prancha, talvez não tenha a menor ideia de como é chegar ali, naquele nível.

A verdade é que o surfe é um dos esportes mais difíceis do mundo para aprender. O processo não é simples, mas, acredite, uma vez vencidas, as dificuldades são substituídas por um prazer indescritível. Conversamos com o treinador André Silva, ex-integrante da elite do surfe mundial e hoje treinador de atletas profissionais e amadores, para falar das maiores dificuldades que um novato ou uma novata tem na hora de aprender.
“Existem dois tipos de iniciantes, os que moram em cidades litorâneas e os que tem contato com a praia só de vez em quando”, fala o treinador. “Normalmente, as pessoas locais de praia saem com certa vantagem no início. Já no caso das pessoas que moram afastadas, esse primeiro contato é extremamente importante. A água pode ser muito salgada, corrente muito forte, cinco pessoas na água pode ser uma multidão”, diz.

Listamos os pontos principais para você prestar atenção e ir se preparado psicologicamente para lidar com esses perrengues para acessar o tão sonhado paraíso surfistico. Mas não desanime!

A quadra se transforma
Imagine aprender a jogar tênis em uma quadra na qual as linhas se mexessem. Por mais absurdo que isso pareça, a realidade no surfe é essa. Você precisa lidar com um ‘terreno’ que se transforma a cada momento. Não só de um dia para o outro, como de um segundo para o outro. Você nunca sabe como a onda vai quebrar (especialmente no Brasil). Tudo é imprevisível e você terá que aprender a lidar com essa imprevisibilidade. Um exercício continuo de adaptação. Terá que conhecer o mar, aprender sobre o vento, sobre ondulação e entender que o sucesso está na boa interpretação desses fenômenos.

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Não adianta ter disciplina, não adianta programar os seus treinamentos. Nem sempre o campo vai estar disponível. No futebol, por exemplo, você pode acordar todos os dias de manhã e treinar mil chutes ao gol, em pouco tempo você terá grandes ganhos de habilidade. No surfe, não. As ondas nem sempre estão disponíveis. Você terá que esperar a ondulação certa, o vento certo e o local certo.

Então, uma vez que você consiga realizar uma manobra ou aprenda a levantar na prancha, nem sempre será fácil e rápido ter a próxima oportunidade.
Você terá que desenvolver músculos que nem sabe que tem Surfar não é só deslizar sobre as ondas. Antes disso, há muito mais a apreender e desenvolver. Principalmente os músculos dorsais. Para remar, chegar no outside e entrar numa onda você terá que ter bastante resistência dos músculos das costas e dos ombros. Isso leva certo tempo para desenvolver. Uma boa dica é treiná-los na academia, mas somente no campo de batalha é que tudo fará sentido. E mesmo que você seja forte, malhado, a resistência que o surfe exige você só irá desenvolver surfando mesmo.

“A parte física vai definir muita coisa. Quem já se aventurou no snowboard ou skate terá uma certa facilidade com a base que são bem parecidas. Já uma pessoa totalmente crua, vai encarar esse movimento de subida como algo fora da curva. Agora sem dúvida a maior dificuldade no primeiro dia de surfe, é lembrar na água, o que foi ensinado minutos antes na areia”, explica o técnico.

A infinidade de tipos de equipamentos:
É possível surfar com uma infinidade de tipos de pranchas. O mais comum é que você queira surfar com as pranchinhas que você vê os melhores do mundo usando. Mas não cometa este erro. Quanto menor a prancha, mais chances você terá de se frustar antes de pegar a primeira onda. Porque, no início, você precisa de flutuação e remada. Então, não se iluda. Abuse do tamanho da prancha e não caia no papo dos seus amigos que já surfam e dizem que tanto faz.

“O surfe tem essa magia de desligar as pessoas de tudo que se encontra a sua volta. Muitas vezes o coach se torna invisível. A tartaruga chama mais atenção, a montanha, o ângulo visto de dentro da água. Subir numa prancha de surfe é fácil, qualquer pessoa no mundo com um pouco de esforço e foco é capaz! Difícil, pra alguns, é captar a real importância do surfe em suas vidas”, afirma André Silva.

Então, tome coragem, pegue um pranchão, ache um professor, assista ao vídeo abaixo em que Adriano de Souza te dá umas dicas e vamos para a água. Porque na hora que você dropar a primeira onda, não vai parar mais!
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